30 de nov. de 2011

Detran - AVC

Vocês sabiam que após um AVC que tenha lhe deixado com seqüelas, você pode tirar um carro com desconto?
No momento, infelizmente, não é o meu caso.  Como meus dois AVCs foram acompanhados de crises convulsivas, eu terei que esperar um ano da minha última crise (acompanhada do meu 2o. AVC em 22/07/11) para passar novamente pela junta médica do Detran.  (detalhe: minha carteira venceu dia 30/10/11 - Tô no sal, mesmo).


Tive que alterar meus planos de uma forma radical: nada de terminar minha pós; me matricular em uma academia perto de casa, que dê para ir à pé; minhas amigas ainda terão que ter muita paciência para ser minhas motoristas quando eu precisar.
Para mim isso é um certo baque, mas fazer o quê, né?  Minha independência é essencial em uma cidade como Brasília!  Não dá para virar sócia de táxi, porque em BsB não é possível como em outras cidades do Brasil. Além de não ser nada saudável para o meu bolso.
Tudo bem (tô tentando me convencer)!  Um ano passa rápido, na verdade agora só faltam 9 meses!  É uma gestação!  Se todo mundo passa por isso, quem sou eu para dizer que não passarei?
Tenho que treinar minha caminhada!  Mais do que nunca ela será essencial para mim! Gump, siga em frente - esse é meu novo lema!
Mas procure seus direitos.   Não só pacientes pós-AVC têm esse direito!  É uma longa lista de doenças, que prefiro não mencionar aqui pois posso deixar alguma de fora.  Minha sugestão: vá ao DETRAN da sua cidade, estado, e se informe!  Mesmo quem não pode mais dirigir, esse direito se estende a um terceiro!  Como não sou formada em direito, prefiro me abster de dar números de lei, etc...
Mas corra atrás, caso você se enquadre em uma das opções!
Boa sorte!

29 de nov. de 2011

Dores - AVC

Eu fui para uma visita de rotina à minha neurologista.  Antes de tudo, ela ficou muito feliz em me encontrar andando sem nada, pois na minha última consulta com ela tinha ido de andador (nem de bengala foi)!  Ela até comentou que eu parecia que não tinha tido nada, que só estava andando com mais cautela!
Muito bom isso!  Consulta agora só em 2 meses.
Neste meu post eu queria falar de uma coisa não muito agradável: dores.  Posso dizer que de uma forma um pouco previlegiada eu não senti dores maiores. 


O que eu me surpreendi, foi com a minha dor no meu ombro direito (o lado paralisado, ou melhor, parético).  Minhas fisios me explicaram que como eu fiquei sem movimentar por um determinado período de tempo o me braço, acabou por ocorrer uma "sub-luxação" no meu ombro, por conta de fraqueza muscular e pelo meu braço ficar um período sem se mexer.
A dor ninguém merece.  Há um tempo atrás, eu era literalmente acordada com essa dor no meu ombro!  Parecia uma faca entrando no "meio" do meu ombro direito!  A dor melhorou consideravelmente, uma vez que acordo sem ela! Mas determinadas "manobras" em meu braço direito ainda me incomodam demais.
Quero aqui me manifestar aqui que para que você não pense que um paciente pós AVC não deve apresentar dores só porque não houve um trauma específico! Eu tenho dores nas junta da minha mão direita, dores estas que estão indo embora com meu empenho na fisioterapia.  A dor do meu ombro, a médica me disse ontem, que eu devo tê-la por um bom (mau) tempo.
Vá se exercitando no limite que sua fisioterapeuta lhe diz.  Eu digo que é aquela velha dorzinha boa, quando me exercito bem (isso no meu limite).   Não se deixe sentir derrotado na primeira dor que sentir.   Acredito que isso é um sinal que seu corpo está começando a reagir!  Até os seus músculos retornarem, você precisa de um tempo para se adaptar!
Atenção: cada AVC é um AVC.  Suas dores podem ser diferentes da minha!

27 de nov. de 2011

Boa-forma - AVC

Em um determinado período da minha recuperação, eu cheguei a pensar: "De que valeu a minha dedicação a academia, além de muitas vezes comer uma comida insosa, só porque era mais saudável, se isso me aconteceu?".
Hoje esse pensamento já não me pertuba.  Tenho certeza que todos esses anos dedicados à atividade física, combinados com uma dieta saudável, foram determinantes para a minha recuperação.  O médico neurologista do SARAH que me atendeu disse categoricamente "Adriana, para o que você teve, eu esperaria que você tivesse em uma cama, sem andar e sem falar."  Depois de saber que eu tinha o risco de ficar com uma Locked-in Syndrome eu dei graças à minha perseverança!
Agradeço todos os dias (além de já ter agradecido direto à pessoa), de ser (eu quase escrevi "de ter sido") aluna de ginástica do "MP" há tanto tempo aqui em Brasília, desde 1998.  Ele me deu uma consciência corporal que hoje eu vejo a diferença por tê-la, pois a fisioterapia se torna muito mais "fácil" depois de tudo que fiz.

 
 
Não me sinto frustada de levantar um halter de 2kg, como se estivesse fazendo força para um de 8 kg!  O que para mim é importante é que eu já consigo levantar.
Minha amiga "N" disse que ia trazer minha velha conhecida caneleira de 10kg para eu fazer meu exercício de parte interna da coxa como se nada tivesse acontecendo (detalhe: o peso dobrava, 20kg, pois usávamos 2 canelereiras em uma perna só).
Hoje com minha caneleira também de 2kg morro ao fazer os exercícios.  Tudo bem, isso é uma questão de tempo.  Em breve estarei fazendo minha musculação sem esforço.
O que quero deixar aqui registrado, é que temos uma memória motora registrada em alguma parte do nosso corpo, e quando ela é ativada conseguimos fazer o exercício com mais facilidade.
Tenho certeza que meu sucesso hoje na fisioterapia se deve a várias horas "suando a camiseta".  Tenho consciência que essa minha vida "regrada" está me ajudando em muito em minha reabilitação.
"Salve a Mãe-Rússia!"

Família - AVC


Não tenho como começar esse blog sem falar da minha irmã "P".  Foram 4 meses de dedicação exclusiva à minha pessoa.   Longe do marido e das duas filhas... Paciência e, acima de tudo, calma foram meus combustíveis nesses 4 meses, quando então ela voltou pro Rio de Janeiro...
Agradeço a minha irmã "I" que veio dos EUA na época que eu estava no hospital.  Ela foi fundamental na arrumação da casa, para me receber com as adaptações necessárias.  Sua calma, sua organização e seu carinho tiveram um papel importante para mim.
MUITO OBRIGADO!  A irmã caçula agradece por todo minuto de dedicada atenção a mim!

Forrest Gump - AVC

A nossa vida é cheia de pequenos objetivos que devemos traçar ao longo de um plano maior!
Eu resolvi essa semana que anadarei, andarei e andarei sem destino pela minha quadra (Brasília é uma cidade de quadras) sem destino certo, mas com um objetivo definido!  "Vou aperfeiçoar a minha caminhada!".  E assim comecei com mais um pequeno objetivo, mas que para mim é um grande PASSO, literalmente.
Aposentei as "Molecas"!  A minha amiga "M" achava que "Moleca" era um apelido que tinha dado à minha bengala.  Mais uma pérola de minha amiga "M", ela que sempre troca as palavras de um "ditado" por outra de valor equivalente, jurando que está falado certo, o pior (ou melhor) de tudo! Já ficamos de escrever um livro só com as suas pérolas, de tanto que vale à pena dar umas gargalhadas!
A mais "leve" é a mais recente que presenciei, tirando a "Moleca", foi "Tá valente!", que na verdade era para ter saído "Tá valendo"!  Normal esse tipo de troca para "M"!


Bem, voltando ao meu pequeno-grande objetivo, ontem eu dei uma volta (volta mesmo!) pela minha quadra, de tênis, e segurando o meu fiel escudeiro Juca, mais conhecido na quadra que qualquer cachorro! Fui direitinho, com minha acompanhante levando a bengala para passear!  Nem um momento em recorri a um apoio (grande vitória).
Enfrentei obstáculos naturais de uma calçada: desnivelamento, "coisas" deixadas por donos de outros cães (pronto, desabafei!  Acho isso o fim-da-picada!), pedras no meio da grama, subidas, descidas.  Enfrentei tudo com a grande elegância que meu "ser" pede!
No final, meio fora de forma, Juca, o meu cão, se estatelava em qualquer cerâmica dos prédios da quadra, na ânsia de se refrescar um pouquinho! Coitado!  Ralou! 
Tenho que fazer peder o excesso de peso adquirido nesses últimos 4 meses!
Eu ficarei em forma, e de lambuja, deixarei ele em forma!
Meu nome daqui por diante é Gump, Forrest Gump! Andar muito, até reestabelecer totalmente a minha caminhada, é o meu objetivo X (já perdi a conta de quantos pequenos (GRANDES) objetivos coloquei para mim!).
Boa caminhada!

26 de nov. de 2011

Home-care - AVC

Eu tive uma certa dificuldade em conseguir meu atendimento em Home-Care.  Como não saía de casa, não tinha como resolver isso.  Minha irmã "P", com muita paciência, correu atrás disso para mim.
Encurtando a história, deram uma informação para ela que não procedia... Ela teve que pedir oficialmente ao hospital meu prontuário médico, assinado, e se lá mais o que.  Resultado: o hospital só entregava em x dias úteis.
Depois que ela conseguiu meu prontuário, ela foi na empresa "dar entrada" no pedido.
Como ela viajou no meio dessa história, ela me deixou de sobre-aviso que iriam entrar em contato comigo em breve, o que não aconteceu!


Eu esperei pacientemente o seu retorno (questão de 10 dias)! Quando ela chegou eu pedi a ela um número de protocolo (que não deram ela).  Ligamos para a empresa para ver se já tinham uma resposta quanto ao meu pedido.  NADA!  Nem sequer tinham qualquer registro da solicitação.   UM ABSURDO!
Como já estava me comunicando melhor, e totalmente consciente do que acontecia, pedi para falar com o atendente!  Ele, gentilmente, abriu uma nova solicitação, pois como eu dizia a ele já se faziam 2 meses de alta do hospital sem nenhuma assistência deles.
Concluindo, depois dessa via crucis, eu consegui.
O que quero alertar, é que se você tem direito a isso, ao sair do hospital eles têm que fornecer o serviço!
Se eu soubesse disso, teria corrido mais atrás dele!   Eu não teria que esperar 2 meses para iniciar um tratamento em casa, pois até então meus progressos se deviam à dedicação de amigas em me ajudar!
Hoje me encontro sendo atendida pela fisio, pela fono e pela terapia ocupacional pelo plano (já que não tem como me locomover).
Busque seus direitos junto ao seu plano, pois por muitas vezes eles não divulgam essa informação para economizar às suas custas!  Lute, corra atrás!
Sua recuperação no tempo certo não tem preço!

25 de nov. de 2011

Prestar atenção - AVC

Tenho me visto muitas vezes ter de prestar muita atenção no que faço!  Nenhuma tarefa é tão simples como antigamente, mas nenhuma tarefa é impossível!   Tenho que rever todos os detalhes de uma simples tarefa , até então considerada simples por mim até o AVC.
Como tudo em nossa vida, tudo é uma questão de prática.  O que diante dos meus olhos antes era um mecanismo automático, hoje tenho que fazer passo-a-passo!  Uma simples instalação de um software exige de mim mecanismos que nunca, conscientemente, havia utilizado.  Todos os mínimos detalhes fazem parte do meu dia-a-dia.  De uma forma isso me aprisiona, mas me faz viver o presente mais intensamente, pois exige muito de mim!
Já li em livros, artigos, etc, que quanto mais velhos ficamos, mais o tempo nos dá a sensação de passar rápido.  Isso se deve (dizem) aos muitos estímulos simultâneos que recebemos durante a execução daquela tarefa.



Para diminuir a sensação de que o tempo está passando rápido, devemos nos concentrar no alvo-principal de nossas ações. (é o que dizem, e eu, como uma mera mortal, acato)
Leitura, digitar no computador, mexer na minha bolsa, requer uma atenção que eu nunca precisei usar.  Tudo, para facilitar,agilizar, deve ser feito de uma forma muito metódica, pois se saio daquele ensaio mental, tudo se perde, e a energia "gasta" para recuperar aquilo é enorme!
Cada linha que digito neste blog, requer de mim uma força e uma atenção enorme (sou particularmete "chata" em escrever corretamente).  Nunca utilizei a tecla "BACKSPACE" como venho utilizando, no esforço de que isso também é um exercício para o meu corpo e para a minha mente.
Tenha em mente que qualquer linha escrita por um paciente em recuperação de um AVC demandou um enorme esforço da pessoa.  Mas afinal o que importa é que ela tentou e conseguiu!

24 de nov. de 2011

Corpo - AVC

Há umas 2 semanas eu fui ver o filme do Almodovar "A pele que habito", e ontem assisti ao "Saia Justa" da semana, onde um dos temas dicutidos era o filme.
Como qualquer filme do Almodovar, esse filme é polêmico. Ontem,quando abordaram o tema, Mônica Waldvogel perguntou se nossa alma é presa ao corpo ou se ocorria o inverso.... Chegaram, e eu cheguei, à conclusão que somos prisioneiros do corpo que habitamos, seja por vaidade, saúde, ou por ser apenas passageiro...


Mas do que nunca me senti prisioneira do meu corpo nos dias em que me encontrava mais debilitada.  Meus amigos me perguntavam incessantemente: "Você sente o passar das mãos no seu corpo?" e eu respodia "SIM", apesar de meu lado direito se encontrar à época completamente paralisado.
A falta de capacidade de mexer meus membros foi um fator impusionador para eu mexê-los!  Eu me sentia uma prisioneira dentro do me próprio corpo!  Mandava o comando pela minha cabeça (consciente em todos os momentos), e nada acontecia.  Em alguns momentos fazia muita força, e não tinha sucesso.  Mas não se iluda pela falta de sucesso em determinado momento: o exército de neurônios que temos à nossa diposição uma hora responderá!  Minha fisioterapeuta sempre me falou issso! E acontecia...
Um movimento que um dia não obtive sucesso, breve eu conseguiria!  Foi assim comigo!   Cada movimento era considerado um grande sucesso, porque assim o era.  Da minha mão inerte, um dia consegui mexer, não a mão, mas o cotovelo, e isso foi motivo de muita alegria para mim.  A ponto de ter medo de dormir e esquecer aquele movimento! (Como se isso fosse possível, tal qual o meu processo de engolir...)
Não é que no dia seguinte o movimento estava ali na sua integridade?! Momento de comemoração!
E o programa de ontem me fez refletir sobre isso.  Eu, por uma condição transitória, me vi prisioneira da pele que habito, mas a possibilidade de superá-la sempre foi maior dentro de mim!
Hoje, onde a mídia massificante nos bombardeia com imagens perfeitas, não temos por onde escapar.  E isso, muitas vezes acontece com quem é "livre de sua pele".
Tudo é possivel, se a alma nos permite!
Lembre-se disso!

22 de nov. de 2011

SARAH - AVC

Esse mês eu tive uma consulta com um neuro do SARAH. A consulta foi ótima para eu poder tirar algumas dúvidas, além de poder ter uma avaliação do meu quadro geral.
A primeira grande notícia era que meu quadro geral estava muito bom para o que eu tive.   Ele me disse que graças à minha boa-forma, alimentação saudável, etc, que eu poderia agradecer a recuperação que vinha tendo, pois, caso contrário, eu deveria estar completamente paralisada na cama, e sem falar.

 
Isso que ele me falou já me deixou muito agradecida. Depois ele tirou uma dúvida pessoal, se um câncer que havia tido tinha alguma coisa com os AVCs que tinha tido.  Ele foi categórico e disse que não!  Só se eu estivesse com metástase, o que não era o caso... UFA...............
Como já imaginava, ele me passou uma bateria de exames para eu fazer, mas isso é história para outro post...
O SARAH possui médicos de extrema competência.  Não é à toa que é considerado referência em reabilitação motora! 
Não fui considerada como uma possível paciente de lá, nesse primeiro contato, pois já me encontro independente socialmente...
E não foi por preguiça não!

21 de nov. de 2011

Curtam minha página no Facebook! - AVC

Dêem uma forcinha para mim!
Curtam minha página no Facebook!
https://www.facebook.com/pages/Eu-sobrevivi-a-um-AVC/287903874565043
Obrigada!

De volta à vida - AVC



Esse fim de semana resolvi, por um convite da minha prima-irmã-amiga F, ir ao show do Ringo Star aqui em Brasília.  Pra mim foi um teste, pois precisava ver como estava!
Ela me prometeu, e cumpriu, que chegaríamos um pouco mais cedo e que saíriamos depois de todo mundo, pois com meus passinhos de tartaruga eu tenho que ir e sair com calma dos lugares (a minha amiga "MII" já sabe disso).
Tudo correu como o planejado.  Não me senti tonta, nem pertubada com tantos estímulos! Aos poucos vou me acostumando à realidade, tenho que fazer isso.
Os médicos me falaram que é normal me sentir tonta, com a visão meio fora de foco.  Isso faz parte dos efeitos colaterais de um AVC.  Aos poucos voltará ao normal.
Como a minha recuperação está sendo uma surpresa para todos, o ritmo da minha recuperação está sendo além do meu corpo.  Eu tenho que esperar que tudo se "alinhe".
É normal os meus engasgos, a visão meio fora de foco....
Mas como não podia deixar por menos, uma piadinha fez parte do meu repertório do show.  Eu disse "Finalmente conheci os 4 Beatles".  Como pode isso, se John Lennon e George Harrison já partiram para um outro lado?
Bem, já assisti o Paul (MCartney), já assisti o Ringo (Star).  Cheguei no céu uma vez e o John me mandou de volta, pois não era a minha hora.  Fui ao céu novamente, e o George olhou para a minha cara e disse "Já não falaram que não é sua hora?".  E cá estou eu enfrentando tudo isso de cabeça pra cima!
Atitude é importante, mas não é uma coisa fácil de se ter! Puxe do fundo da sua alma o que é possível, e lute!  As coisas se tornam menos complicadas assim...
http://youtu.be/EmOtWyjs8iU

20 de nov. de 2011

Fisioterapia II - AVC

É com muito empenho na fisioterapia que se consegue resultados!   Eu posso dizer que em um mês de fisio eu evolui MUITO!  Perto do que me encontrava, eu posso dizer que foi quase um milagre o que aconteceu comigo! Mas temos que ter muita força de vontade!  O trabalho de qualquer fisioterapeuta não terá resultados se não houver empenho da sua parte!
Em menos de um mês eu comecei a andar, mexi o meu braço direito, mas eu posso dizer que MUITO se deveu ao meu empenho em me recuperar!
Eu tenho em minha cabeça que ficarei boa em 1 ano.  Pode não ser 100%, mas pode ser 95%!  Coloque para você objetivos pessoais!


Eu disse para a fisio do meu plano que eu quero ficar zerada até o fim do ano!  Ela me perguntou para onde eu vou no final do ano... Eu disse que nenhum lugar, mas que eu quero ficar boa.
Hoje eu faço fisioterapia diariamente, alguns dias até 2 vezes ao dia.  E eu digo sempre que quero mais!  Eu vejo os resultados "na pele".
Não ache que você não é capaz!  No seu ritmo, tudo é possível.  Mas lembre-se sempre de fazer a sua parte!!!  NÃO responsabilize apenas o seu fisioterapeuta!   Você é responsável pela sua melhora!  Ele é "apenas" uma ferramenta!

18 de nov. de 2011

Fisioterapia I - AVC

Acredito que a fisioterapia é fundamental para pacientes de AVC.  Ela possibilitará a restauração de movimentos essenciais para os pacintes.  Mas deve-se agir com persistência e diciplina...
Eu me lembro que demorei uns 15 dias até contratar uma excelente fisioterapeuta!  Ela veio na minha casa fazer uma avaliação e uma proposta de trabalho.  Eu pouco mexia meu lado direito e andava "carregada" pelas pessoas, ou de cadeira de rodas.
Ela me disse de cara que eu ia ficar boa, e eu acreditei e acredito nisso até hoje, totalmente.  Como eu possuía um bom condicionamento físico, exercícios para mim não eram grande mistério... Mas como mexer "partes" de mim que nada obedeciam o meu comando?


Me lembro que o fisio falou para mim "Vai voltar a andar rapidinho" e eu não acreditei, mas não acreditei de surpresa!  Exercícios, muitos exercícios... Todo dia eu fazia, acompanhada ou não de "N"......Dever de casa era dever de casa!  No início, mal mexia!  Até que eu virei para ela e disse: "Quero de presente de aniversário voltar a andar..." Meu aniversário era em pouco mais de um mês!  E ela me falou que se esforçasse seria possível....
Nisso no meio do caminho eu fui à neuro que me acompanha.  Eu disse a ela que voltaria andando na próxima consulta em um mês.  Ela foi meio descrente da minha promessa!  Nisso eu falei para a minha fisio e ela "comprou a briga" comigo!  No dia 04 de setembro, menos de um mês que havia voltado para casa, eu voltei a andar (com um andador improvisado).
Minha amiga "M" estava aqui em casa no momento em que comecei a andar.  Era uma mulherada chorando que não acabava mais.
No dia seguinte fui "caminhar" com a minha irmã e minha enfermeira do dia no pilotis do meu prédio, um "novo" dever de casa que passaria a fazer parte da rotina.  Minhas amigas apareceram todas para ver aquele omento histórico.  Dia 05 de setembro de 2011 entrou para a minha história!

16 de nov. de 2011

Etiqueta para o comportamento de amigos - AVC

Ontem eu encontrei o meu amigo "C".  Ele ficou todo sem graça, porque não me visitou na época mais crítica!
Estou escrevendo esse post em sua homenagem, pois logo depois que nos encontramos ele me mandou uma mensagem comentando o ocorrido.
Primeira coisa que tenho que dizer a todos: não se preocupem.!  Eu sei que a vida da muitos é extremamente atribulada, e sei que eu me encontro em outro "momento" agora, focada na minha reabilitação.  E sinceramente falando, eu acho que muitas pessoas "ganharam" e me ver já bem, porque ninguém merece ter de lembrança eu naquela cama de hospital, tanto no hospital como em casa nos primeiros dias.


Tenham em mente que cada paciente de AVC é um paciente diferente do outro.  Eu não tive problemas com sons, mas têm pacientes que têm.  Conversas não me pertubavam, pelo contrário me distraiam e serviam sempre de apoio aos exercícios da fono, tirando poucas excessões onde "M" e "P" falavam mais que eu..... rsrsrs (brincadeirinha)....
Tenham sempre em mente que um paciente que teve um AVC não consegue lidar com muitos estímulos!
Sejam breves em suas visitas. Não falem muito alto (pois vocês provavelmente não sabem sobre o AVC que ele teve). Mas toque no paciente!  Quem já teve em uma UTI sabe o quanto é importante o toque humano.
Não "C", você está longe de ser egoísta!  "Lidar com tantas mulheres" em sua vida te consome. eu imagino!
Amigos, não importa onde estejam, mas vocês sempre se fizeram presentes, de um jeito ou de outro!

14 de nov. de 2011

Humor - AVC

Uma coisa tenho me perguntado depois da experiência dos dois AVCs que tive:  "Alguma coisa mudou em mim?" E a resposta que achei não é nada tão interessante, nem enigmática.
Acho que o meu humor mudou... Antes não ria muito das coisas, hoje eu me pego vendo um episódio do Seinfeld, que já vi 20 milhões de vezes, e caio na gargalhada!  Isso nunca aconteceu, eu sempre me via "contida", pode-se dizer isso.


Eu passei a falar, que se já era gente boa antes, depois do AVC me tornei muito mais gente boa!
Ninguém vai de aguentar... hahaha
Não sei se isso tem ou não explicação científica, mas que aconteceu, aconteceu!
Não consigo mais "brigar" com o meu cão Juca.   No meio estou às gargalhadas!  Que moral tenho assim?  Nenhum!  Ele faz o que quer comigo, e eu nada...
Mas eu posso concluir que isso foi uma vantagem, um ponto positivo! Minha grande amiga "FII", meio esóterica, e tudo o mais, achou que pós-AVC eu fiquei mais "leve".  Pode-se dizer foi um "presente" que recebi, no meio de tudo o que me aconteceu!

13 de nov. de 2011

Puzzle - AVC

Umas das coisas que li no livro da Jill é sobre quebra-cabeça.  Ela comenta que foi importante para ela organizar o pensamento, uma vez que o mesmo foi comprometido pelo AVC.  O processo de identificar peças com um dos lados retos foi um desafio para ela.
Eu, no meu ritmo, pensei "Será que consigo montar um quebra-cabeça?".  Essa pergunta ficava me martelando na cabeça.  Na minha adolescêcia eu adorava montar grandes quebra-cabeças com a minha família, e por que não tentar de novo agora?
Pedi a "P", minha irmã, antes de uma viagem rápida ao Rio: "Compre para mim um quebra-cabeça!  Mas eu quero um bem complicado, tipo 500 ou 1000 peças."  Minha prima "F" duvidou que eu conseguiria montar uma coisa tão cheia de detalhes. Pra que ela falou isso?  Foi o suficiente para me desafiar (como se eu não gostasse de desafios)!
Antes da minha irmã viajar, ela comprou para mim um quebra-cabeça de 1500 peças, da Piazza de Spagna, para inspirar numa viagem que há tanto tempo venho planejando.



Confesso que demorei um pouco a montá-lo no início, mas consegui separar as bordas como deveria (minha organização mental estava preservada!).  Depois demorei um pouco, ainda mais que quase diariamente desmontava um pouco sem querer (bolsas na mesa).
Achei que pelo ritmo que ia, só terminaria de montá-lo ano que vem (final de 2012), afinal de contas 1500/5 peças ao dia, precisaria de quase um ano para terminar! Afinal de contas, no ritmo que ia de 5 peças ao dia era o que me acenava!
Consegui montar quase tudo!  Isso com 1 mês 1/2!  Só me falta o azul do céu, que possui muitas nuances para olhos 100%, imagina para os meus olhos que ainda se encontram embaçados pelo AVC!  Mas eu já me desafiei em terminá-lo até o final do ano!
E a Europa que me aguarde ano que vem!

12 de nov. de 2011

Fono - AVC

Eu tive a grande sorte de ter uma amiga fonoaudióloga.   Ela me re-ensinou a falar.  Além disso, foi uma pessoa que sempre se manteve do meu lado com alto-astral.
Numa de suas primeiras vindas aqui em casa, ela me colocou uma "meta".  Eu tinha que conseguir dar o "dedo" para ela com a minha mão direita....rsrsrs


Felizmente, a minha voz voltou muito rapidamente, até mesmo surpreendendo-a.  Comecei a me sentir confortável em atender o telefone.  Mas ainda me emocionava muito em falar com as pessoas pela primeira vez!
Tivemos muitos momentos de muitas gargalhadas, desde o hospital.  "Clara... Clara..."  Assim falava um paciente ao meu lado na UTI que havia acabado de retornar de uma cirurgia...  Como em um momento nosso, alguém poderia parecer tão íntimo dela (o nome dela não é Clara!).  Rimos muito desse episódio... Vai ficar marcado....
Um dia ela me chegou com um cartão de visita de uma fisioterapeuta especialista em AVC...  Eu já devia estar em casa há uns 20 dias, numa cama hospitalar e sem andar.  E ela me disse: "Amiga, você não pode ficar sem uma orientação mais específica!  Você tem que chamar uma fisioterpeuta que possa te ajudar!"
E eu pensei: ela está certa!  Se sozinha já conseguia mexer a minha perna e o meu braço, quem melhor que uma fisioterapeuta para me ajudar!
E assim corri atrás dessa fisioterapeuta que me assiste até hoje, milagre após milagre acontecendo.
Na minha primeira saída social com minhas amigas, eu "dei o dedo" para ela. Isso aconteceu 3 meses 1/2 após o primeiro AVC...

Livro - AVC

Minha amiga "FII" me deu de presente um livro que acho muito interessante para quem puder ler, "A cientista que curou seu próprio cérebro" de Jill Bolte Taylor.


Eu já li o livro duas vezes, e não me canso!  É a história de uma neuroanatomista que teve seu próprio AVC, hemorrágico, e se curou!
Você terá a oportunidade de encontrar no youtube vídeos dela com a Oprah, ABC, entre outras! Vale à pena assistir para conhecer a experiência pela qual ela passou.
Como minha amiga "F" gosta de dizer, ela diz que o caso dela foi uma "batida de perda total" e que o meu caso "apenas arranhou o pára-choque".   Não é bem assim, mas é o que ela sentiu...
Li o livro quando foi possível enxergar as letras novamente.  Fiquei feliz que na primeira vez que li, foi em inglês, e a minha compreensão foi muito boa (eu estava com medo de perder o meu inglês).  A segunda vez eu li o em português, rapidinho!
Vale muito à pena a leitura.  É muito esclarecedora.  Copiei dela a parte de montar um quebra-cabeça, mas o meu foi de 1500 peças!  Mas isso é história para outro post...

11 de nov. de 2011

AVC II

Fiquei sabendo outro dia que o avc que tive foi dos piores tipos.  Mais uma vez, só tenho a agradecer pela minha recuperação!  O AVC que tive foi no tronco cerebral, quem sabe do que estou falando têm uma ligeira idéia o porque agradeço tanto!
No meu segundo AVC fiquei tetraplégica.Só mexia os olhos.Mas tudo é tão perfeito que não tenho consciência desses momentos.  Só me lembro quando o meu lado esquerdo começou a voltar, meio tímido, mas se fortalecendo constantemente!
Depois de quase um mês no hospital, voltei para casa! Morri de medo, mas fazer o quê?  Tive medo de sair do hospital, onde me monitoravam 24hs. Mas tudo deu certo!
A casa já estava toda adaptada, sem o blindex do chuveiro, sem a porta do meu quarto... Uma nova etapa, para minha recuperação, começava. 
Sei que cheguei do hospital ávida para colocar em prática a minha determinação! Que chegasse o momento da minha amiga fonoaudióloga "C' e da minha fisioterapeuta!

Recuperação - fono - AVC

Minha amiga "C", desde o hospital, teve um papel fundamental na minha fala!
No primeiro momento eu não pensava que fosse possível uma pessoa de esquecer de engolir.  Mas isso não é só possível, como aconteceu comigo. Já no hospital, fono de lá, "M", me ajudou nesse processo.  Até então, eu me alimentava via sonda.
No dia que ela me ensinou a engolir, eu quase não dormi na UTI com medo de esquecer novamente!  Eu tinha que aprender a engolir para tirarem o meu guedel.  Para quem não sabe o que é, é uma coisa horrível que enfiam na sua garganta para vc não engasgar com sua saliva, sua língua.
Além de ser incômodo, dói para caceta!  (me desculpe a linguagem).
Eu passei a noite toda engolindo para não esquecer, e para tirar aquele troço incômodo da minha garganta.  Esse foi o meu primeiro objetivo na minha luta!


No dia seguinte, objetivo alcançado, vamos para o próximo!  Eu tinha que aprender a engolir, para me alimentar!  Comida pastosa foi parte do meu cardápio por uns dias... muitos dias.
Meu segundo objetivo foi me alimentar bem, para a retirada da minha sonda nasogástrica.  Aquiilo me incomodava demais!  Eu tinha que me alimentar bem para me livrar daquilo.
Tomava TUDO que me deram: sopa, mingau, suco grosso, etc.  Acho que depois de uns 10 dias eu me livrei dela!
Objetivo 2 alcançado!
Depois disso eu tenho 2 grandes lembranças:  eu disse que pra mim mesma que nunca mais ia ficar de dieta pastosa, e que eu queria comer um sanduíche de Mac Donald's que passava na TV em todo possível intervalo (não comi o sanduíche até hoje, e nem vou comer!).
Até então eu não falava, só me expressava por sinais.  Até que minha amiga "C" me deu uma bronca para que eu tentasse falar!  Que eu parasse de ser um juiz de futebol (hahaha) e que tentasse falar!  Saiu um OI da minha garganta muito desajeitado!
Objetivo 3 alcançado!

Agradecimentos - AVC

Se eu começar a agradecer a todos, com certeza esquecerei alguénS!   (minha nova desculpinha)
Todo mundo que conviveu comigo os meus dias críticos, recebeu pessoalmente o meu obrigada!  Isso, eu tenho certeza que fiz! E não foram poucas pessoas não! Graças a Deus!
Todo o apoio incondicional que recebi e recebo foi MUITO importante!   Me senti especial e me sinto!  Sei que por essa experiência tentarei ajudar a quem puder!
O próposito desse blog é registrar a minha experiência, e assim poder ajudar alguém.  Então meus próximos posts serão sobre a minha recuperação.
Espero que os não agradecidos nominalmente, me perdôem! Juro que no fundo da minha alma que não esqueci ninguém!
Beijos a todos!

8 de nov. de 2011

Amizades - AVC

Minhas amigas tiveram, e têm, um papel fundamental na minha recuperação.  Acho que não há palavra suficiente para o meu agradecimento.
Vá, fale, se mostre presente, mas antes de tudo seja positiva.  Seja positiva sempre!  Não há um dia que eu não receba o reforço que estou indo bem.  Isso vale demais!
No meu aniversário pós-AVC eu reuni essas amigas na casa da minha prima-irmã-mãe "F", e lá eu disse que quem tinha que ganhar os presentes seriam elas, pois elas já haviam me dado o presente MAIOR, a força de vontade para me recuperar.
Tenho certeza que tudo foi fundamental para minha recuperação.
OBRIGADA!