24 de nov. de 2011

Corpo - AVC

Há umas 2 semanas eu fui ver o filme do Almodovar "A pele que habito", e ontem assisti ao "Saia Justa" da semana, onde um dos temas dicutidos era o filme.
Como qualquer filme do Almodovar, esse filme é polêmico. Ontem,quando abordaram o tema, Mônica Waldvogel perguntou se nossa alma é presa ao corpo ou se ocorria o inverso.... Chegaram, e eu cheguei, à conclusão que somos prisioneiros do corpo que habitamos, seja por vaidade, saúde, ou por ser apenas passageiro...


Mas do que nunca me senti prisioneira do meu corpo nos dias em que me encontrava mais debilitada.  Meus amigos me perguntavam incessantemente: "Você sente o passar das mãos no seu corpo?" e eu respodia "SIM", apesar de meu lado direito se encontrar à época completamente paralisado.
A falta de capacidade de mexer meus membros foi um fator impusionador para eu mexê-los!  Eu me sentia uma prisioneira dentro do me próprio corpo!  Mandava o comando pela minha cabeça (consciente em todos os momentos), e nada acontecia.  Em alguns momentos fazia muita força, e não tinha sucesso.  Mas não se iluda pela falta de sucesso em determinado momento: o exército de neurônios que temos à nossa diposição uma hora responderá!  Minha fisioterapeuta sempre me falou issso! E acontecia...
Um movimento que um dia não obtive sucesso, breve eu conseguiria!  Foi assim comigo!   Cada movimento era considerado um grande sucesso, porque assim o era.  Da minha mão inerte, um dia consegui mexer, não a mão, mas o cotovelo, e isso foi motivo de muita alegria para mim.  A ponto de ter medo de dormir e esquecer aquele movimento! (Como se isso fosse possível, tal qual o meu processo de engolir...)
Não é que no dia seguinte o movimento estava ali na sua integridade?! Momento de comemoração!
E o programa de ontem me fez refletir sobre isso.  Eu, por uma condição transitória, me vi prisioneira da pele que habito, mas a possibilidade de superá-la sempre foi maior dentro de mim!
Hoje, onde a mídia massificante nos bombardeia com imagens perfeitas, não temos por onde escapar.  E isso, muitas vezes acontece com quem é "livre de sua pele".
Tudo é possivel, se a alma nos permite!
Lembre-se disso!

Um comentário:

  1. queria muito trocar experiencia com voce tambem tive um AVC tronco.deboranh.blogspot.com

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