16 de nov. de 2011

Etiqueta para o comportamento de amigos - AVC

Ontem eu encontrei o meu amigo "C".  Ele ficou todo sem graça, porque não me visitou na época mais crítica!
Estou escrevendo esse post em sua homenagem, pois logo depois que nos encontramos ele me mandou uma mensagem comentando o ocorrido.
Primeira coisa que tenho que dizer a todos: não se preocupem.!  Eu sei que a vida da muitos é extremamente atribulada, e sei que eu me encontro em outro "momento" agora, focada na minha reabilitação.  E sinceramente falando, eu acho que muitas pessoas "ganharam" e me ver já bem, porque ninguém merece ter de lembrança eu naquela cama de hospital, tanto no hospital como em casa nos primeiros dias.


Tenham em mente que cada paciente de AVC é um paciente diferente do outro.  Eu não tive problemas com sons, mas têm pacientes que têm.  Conversas não me pertubavam, pelo contrário me distraiam e serviam sempre de apoio aos exercícios da fono, tirando poucas excessões onde "M" e "P" falavam mais que eu..... rsrsrs (brincadeirinha)....
Tenham sempre em mente que um paciente que teve um AVC não consegue lidar com muitos estímulos!
Sejam breves em suas visitas. Não falem muito alto (pois vocês provavelmente não sabem sobre o AVC que ele teve). Mas toque no paciente!  Quem já teve em uma UTI sabe o quanto é importante o toque humano.
Não "C", você está longe de ser egoísta!  "Lidar com tantas mulheres" em sua vida te consome. eu imagino!
Amigos, não importa onde estejam, mas vocês sempre se fizeram presentes, de um jeito ou de outro!

2 comentários:

  1. Olá Adriana.

    Primeiramente te parabenizo pela coragem de expor tantas dificuldades, afinal é muito mais fácil expormos as coisas boas da vida.

    Há poucos minutos me sentei na frente do computador para buscar informações sobre o AVC e encontrei este blog. Li o primeiro post, quando você descreve tudo o que aconteceu naquela caminhada pelo Parque da Cidade. Li também alguns dos últimos posts, onde você descreve as dificuldades enfrentadas. Desde já agradeço sua iniciativa pela escrita, por onde é possível esternar situações e sentimentos, diante de uma adversidade vivida. E que este espaço te dê tantas energias quantas forem possíveis nesta fase de recuperação.

    Mas como ia dizendo, minha busca é por informações para melhor entender e ajudar uma amiga que está iniciando uma recuperação pós AVC. Acabei de fazer a segunda visita após sua alta do hospital. Segundo os médicos ela teve um AVC de tronco e quase não há sequelas motoras. Já as sequelas cognitivas, essas são incalculáveis. Pouco entendemos o que ela fala e percebemos que não entende ou não se lembra de parte do que falamos. Inclusive não reconhece algumas pessoas e pede desculpas por isso. Ao mesmo tempo tem percepções e iniciativas muito lúcidas, como ir em busca de um jarro para um buquê de flores que recebeu. Ou ir em busca de talheres de metal em substituição aos talheres de plástico que trouxemos juntamente com um bolo de aniversário.

    Sai de lá muito confuso e me perguntando o que será que ela está sentindo, afora as dores no ouvido, as quais expressou com gestos e verbalmente. Não é fácil ver uma pessoa querida numa situação dessas sem saber a melhor forma de ajudá-la. E é preciso ser forte para não lamentar, pois além dos médicos pouco acreditarem que ela sairia viva, hoje a vemos transpirando de desejo para logo se recuperar.

    Tudo isso me faz lembrar um diálogo, num outro contexto, quando fui questionado pela falta de atenção com determinados aspectos. As vezes somente quando adoecemos gravemente, ou quando ficamos acamados, é que refletimos sobre tantas coisas que passam por nós sem uma atenção merecida.

    Tudo isso me faz crer que qualquer que seja o aprendizado, rápido ou sofrido, sempre há uma soma ou algum significado que evolui ou se constitui. E tudo isso certamente nos faz repensar no mais importante significado: a vida.

    Desejo muitos melhores dias, à você e a amiga Mônica.


    Um abraço,
    Gustavo Alencar.

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  2. Gustavo,
    Imagino que não esteja sendo fácil em ter uma amiga numa situação dessa. Leia o livro que indico em um post,creio que será muito esclarecedor para você.
    Como mencionei em um dos posts, cada AVC é em AVC, não temos como generalizar!
    Sugiro que você continue tratando-a com carinho, pois provavelmente ela passa a maior parte do tempo consciente, apesar de não conseguir se expressar.
    Ela precisa de muito reforço positivo, o que não me faltou!
    Muita dedicação a fisio e a fono! Isso é muito importante!
    Força pra você que se mostra um GRANDE amigo, e força para a Mônica!

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