27 de jan. de 2012

Nossa idade - AVC

Outro dia escutei um comentário que acredito que procede, e muito, mas nunca havia parado para pensar sobre o assunto.

Quando chegamos aos 20, 30, 40, 50, 60 anos ou mais, carregamos dentro de nós todas as idades, desde 1 ano, até x anos.  Dentro cada um de nós existe uma criança, um adolescente, um jovem, resumido, um resumo de tudo que passamos na vida.

Não devemos nos cobrar por ter um "dito" comportamento correto aos x anos de idade.  Sim, podemos tê-lo, ele faz parte da nossa vida.  Sem extremos, digo.  Aí vai a lógica que sempre está ao nosso lado, mas que nem sempre é a nossa aliada.  Isso é verdade, racionalizar nossos pensamentos e atos nem sempre é tão saudável como parece.



A força que nos faz superar determinados obstáculos deve vir de alguma dessas idades.  Temos que pensar nisso.  Ao ver uma criança, tente-se colocar no lugar dela.  O mesmo vale para o extremo oposto.

Nessa minha reabilitação, muitas vezes eu comentei que parecia uma criança meio desengonçada ao aprender a andar.  Verdade.  Em alguns momentos, não tinha a força para me alimentar... Qual a diferença entre eu e uma criança????  Nenhuma, só idades diferentes.

Não estou fazendo apologia ao meu AVC, mas estou tentando passar para vocês que os períodos da vida foram reaprendidos.  Não é aquele papo de que fui "agraciada" por ter essa nova oportunidade, mas estou tentando tirar do que aconteceu um aprendizado (temos que fazer isso se passamos por uma provação, se não a gente pira!).

Me peguei querendo muito manter determinado estado de espírito pós-AVC.  Me senti uma pessoa mais leve, mais divertida (insuportável esse papo, né?).  Para quê carregar novamente o peso, a experiência da minha idade?  Tive uma oportunidade de me recriar, e isso é tudo!

Encontro as pessoas na rua e elas dizem: "Cara, você tá ótima!  Nem parece que passou pelo que passou...", como encontrei minha amiga "R2"...

Sim, só eu sei pelo que passei.  Mas não acho esse comentário "pejorativo, negativo" de forma alguma.  Mostra que estou fazendo bem o meu dever-de-casa, e que tive a oportunidade de reverter o meu quadro (cada AVC, é um AVC!!!).

Tem sido surpreendentemente positivo encontrar com as pessoas.  Cada comentário desses me dá um gás para seguir mais dedicada à minha recuperação.

Podemos sim viver nossas idades, e não necessarimente nossa idade! Temos que encontrar em qual delas achamos nossa força para um determinado momento.

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